sábado, 8 de outubro de 2011

O futuro da nação




Agora vou lhes contar
Cum grande satisfação
A história de um caipira
No meio de uma confusão
Por causa de um assunto
Chamado preservação

O seu nome? Zé das Cabrita
O nome que falo aqui
Mas porque o meu cumpade
Era chamado assim
Eu também nunca entendi
Pois cabrita eu nunca vi

Mas vortando a história
Com o que acontecia
O Zé estava confuso
Valei-me Virge Maria
No meio de tanto matuto
Era aquela gritaria

É que ele tinha falado
Que o mundo tava no fim
Pra sua vaca Mimosa
Que tava cumeno capim
Mas a dona Generosa ouviu
E foi logo dizendo assim:

- Corre dona Filomena
Tu que parece um avestruz
Vai dizê lá na novena
Rezem pra ter uma luz
Pra correrem, se esconderem
O mundo se acaba em cruz

O escarcéu tava formado
Mas que grande confusão!
Até a vó Juventina
Com o vô Sebastião
Correram feito uma bala
Parecendo um tufão

Começaram a dizer
- A causa é um furacão
Outros diziam: - É nada
Parece que é um vulcão...
- Mas será que bicho é esse
Que abre um buraco no chão?

A mocinha que namorava,
Atrás da igreja, correu
Dizendo: - Vem amorzinho,
Vamos ver o que aconteceu
Deve ser o pai que vem
Com o facão “João Dirceu”

Filomena espalhou
O fato num instantinho
E como vocês estão vendo
Aumentou só um pouquinho
A história verdadeira

Que o Zé disse baixinho

E assim se sucedeu
E a história ia aumentando
E depois de um tempinho
Os temas foram alongando
Com várias explicações
De fulano e de beltrano

E ouvindo tudo aquilo
Zé das Cabrita a pensar
- Esse é o momento certo
Pra esse povo se ligar
Aprender a dar valor
E parar de desperdiçar

Então ele subiu no pé
De uma mangueira e falou
- Junto com todos vocês
Minha gente agora estou!
E nem terminou de falar
Que uma senhora não deixou

Lhe tomando a palavra
Não o deixou continuar
Com os olhos esbugalhados
Como se fossem pular
Perguntou com insistência:
- És Jesus pra nos sarvá?

O Zé ficou irritado
- Não é nada disso não!
Peço que agora ouçam
E prestem bastante atenção
Pois o assunto é muito sério
É sobre o futuro da nação

Todos sabem quem eu sou
Num preciso me apresentar
Então vou logo dizer
Para vocês explicar
Tudo que na minha garganta
Estava a engasgar!

Esse lugar de tanto encanto
Por nós tudo abandonado
Não sei em que estão pensando
Nosso mundo está largado
Pois com o nosso bem maior
Está faltando cuidado

Na natureza hoje em dia
Tem muita devastação
Pois pessoas matam as árvores
E matam por diversão
Num sabem que estão acabando
Com o bem dessa nação

Quantas vezes as pessoas
Falam em conservação
Fazendo vários projetos
Visando a preservação
Mas depois em um lugar perto
Jogam lixo nesse chão

É necessário atenção
Mas ninguém pensa em cuidar
E daqui a pouco tempo
Os nossos rios vão secar
E até as nossas casas
As enxurradas vão levar

A água é muito boa
Está em todo lugar
Mas com esse desperdício
Vai mesmo se acabar
Por isso cuidem bem dela
Pra vida continuar

Até a minha vaquinha
Que dá leite pra beber
Vai morrer de fome
Sem ter capim pra comer
E todos os nossos bichos
Não vão sobreviver

Ninguém mais se atreveu
Depois daquele sermão
A jogar lixo no ambiente
Poluindo o nosso chão
Passaram a todo dia
Pensar em conservação

Então tudo deu certo
Fazendo um final feliz
E eu espero que vocês
Escutem o que Zé nos diz
Seja João, Chico ou Maria
É só isso que se quis

Também pensem em cidadania
Vamos desse mundo cuidar
É necessário harmonia
Pra poder continuar
E a regra desse jogo
É apenas preservar

Tamires de Lima