sábado, 20 de fevereiro de 2016

No canto do banco

Estava ela jogada No canto do banco Seus olhos marejados, Em prantos, Eu vi, nesta tarde,  Deitada; Estava amuada, no canto Do prédio da agência de um banco Jogada As dores talvez a tomavam... E eu fiz um retrato do pranto Coitada; Estava ela no canto Deitada No banco, ao lado da igreja, Na entrada, Pensei em ajudá-la, Mas nada, Deixei-a sozinha, às 18 badaladas, A frágil cadela e o seu pranto.


Por fim

Esperei janeiro
Dezembro, setembro, fevereiro
O fim, 
Mas não veio, 
Esperneio!
Criança levada sem brinquedo
No chão, sem receio,
No chão;
Os dedos latejam
Comuns não se beijam
Não...
Os cantos roídos 
Das unhas estreitas
A pele arrancada
Estupidez em vão;
Esperei todo dia
O fim, mas não veio, 
Não...
Sorrio, enfim, 
Pois graças a isso,
Por fim,
Liberta estou desta prisão.