sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Poema para minha vó






E mesmo quando todo o teu sangue secar
E eu não puder mais sentir tuas veias
E mesmo que tuas entranhas desapareçam
Eu permanecerei te amando ao luar

E mesmo que eu não sinta
O calor do teu corpo em abraços
Mesmo que vire pó
Tuas mãos, tuas pernas, teus braços
O meu amor por você não cessará

E mesmo que não restem mais trajes
Que a luz da sua vida tenha se apagado
Mesmo que tenham levado
O teu templo, inerte, tão frágil...
Eternamente ainda irei te admirar

E mesmo que tudo em você desfaleça
Que como as geleiras do Norte
O seu corpo em um jazigo permaneça
Eu ainda estarei daqui a te olhar

E mesmo que só restem os perfumes
Onde você costumava descansar
E ainda que seja comum tua ausência
E que nas noites de inverno
Não venhas mais me abraçar
Em meus sonhos querida
Você nunca morrerá

Tamires de Lima