terça-feira, 27 de março de 2012

Sentidos opostos



Despiu-se em pétalas
Senhora dos sonhos
 Teu corpo exalava 
Perfumes florais
Teu seio ardente
Gritava veloz
Essência divina
Em gotas de orvalho
Luar refletia
Os teus olhos negros
Sentia tão perto
Sem poder tocar
Eu anjo insano
Jogado às sombras
Tu bela sem fera
Exposta ao luar
O corvo gritava
Desejo intenso
Enquanto brincavas
Sonhando acordada
Teu corpo exposto
Em noite escura
Eu verme inerte 
Em fria madrugada
Teus lábios volúpia
Meus lábios sedentos
Sentidos opostos
De uma mesma estrada.

Tamires de Lima

sábado, 10 de março de 2012

Avivador



Eu sou a amargura na madrugada de festa
Eu me desmancho em lágrimas 
Eu sou o corvo que grita incessante
Eu sou a sua triste sonata

Eu sou o espanto 
O medo do escuro
O muro quebrado 
Pelos solavancos da vida
Eu me transformei em ferida
E preciso de alguém para curá-la

Eu sou os olhos molhados
Sangrando, jorrando
Coração aos pedaços
Os fios de cabelo jogados ao ralo
O canto sombrio, vazio
O choro calado.

Tamires de Lima