Às vezes eu sinto um vendaval de
figuras se enrolando em meu estômago. Elas correm, rodopiam e sobem escadas de
alto a baixo. Sinto meus vasos sanguíneos como trilhas, carregando a fluidez de
ácidos. Brincando e caminhando com meu alvéolo pulmonar.
Às vezes sinto uma pessoinha que desliza
pelos meus tímpanos. E que ao sorrir para o alvéolo voa devagar. Oh, Maria
deformada, mariposa pendendo em claves de fá. Pousa linda Maria, mariposa nesse
cerúleo estelar.
Engraçado é vê-la sob
minhas artérias e cheirando ao ócio da ferrugem como elas... A pequena Maria desafiando
os dragões. Gritando e se esvaindo no meu eterno pulsar.
Tamires de Lima