quarta-feira, 1 de maio de 2013

Pousa Maria, mariposa!










Às vezes eu sinto um vendaval de figuras se enrolando em meu estômago. Elas correm, rodopiam e sobem escadas de alto a baixo. Sinto meus vasos sanguíneos como trilhas, carregando a fluidez de ácidos. Brincando e caminhando com meu alvéolo pulmonar.

Às vezes sinto uma pessoinha que desliza pelos meus tímpanos. E que ao sorrir para o alvéolo voa devagar. Oh, Maria deformada, mariposa pendendo em claves de fá. Pousa linda Maria, mariposa nesse cerúleo estelar.

Engraçado é vê-la sob minhas artérias e cheirando ao ócio da ferrugem como elas... A pequena Maria desafiando os dragões. Gritando e se esvaindo no meu eterno pulsar.



Tamires de Lima