sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Poema de aniversário





Retornei ao espaço onde nasci
Degustei fagulhas de aniversário
Renovação cósmica eu bebi
Mas essa noite o vento foi meu berçário
Embalando meus sonhos tão azuis
Com o universo formando o imaginário


E com a Terra dando mais uma volta
Desde quando o meu choro foi ouvido
Havia lágrimas e um corpo que me amava
Hoje nada, o espaço foi estendido
Só os meus olhos se encontraram marejados
Me sinto só, meu choro nem foi sentido

E eu que nem sei quantas vezes no universo
Essa Terra ainda irá girar comigo 
Eu só sei que quando nasce a primavera
Nos setembros dos anos sustenidos
Mesmo com corpo triste e esvaziado
Quero mais sopro e mais tempo pra ser vivido

Tamires de Lima

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Escrever



Escrever
Ato solitário que explode
Que mexe com a mente
Da gente e de gente

De gente serena
De gente confusa
De gente estridente

Caminhando docemente nas palavras
Se derretendo em sílabas casadas
Se desmanchando no espaço loucamente

Escrever
Algo tão displicente
Que faz contorcer a calma
E o lápis contornar a alma
De gente, da gente...

Tamires de Lima

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

MENINA MARIA





Escorre o feto de afeto
Pelas pernas da menina Maria
Espelho da Vila escassa
Menina sem rumo
Sem rima;

Escreve o caminho incerto
Tão certo seria, Maria
Os olhos curvados, gelados
Olhar de espasmo que esguia;

E já não se ouve...
-Se cala!
-Acorde a Maria!
Com pés entre braços tombados
Sucumbe a menina, sozinha.

Tamires de Lima

domingo, 3 de agosto de 2014

FLOR DA PINTANGUEIRA



Morada de pássaros alegres
A flor da Pitangueira
Balança em sul e leste
A festa de abelhas vermelhas
Subiu o céu acima
Querendo buscar as estrelas

O fruto da Pitangueira
Vermelho como sol pungente
Quebrou seus movimentos
Descendo canoa abaixo
Buscando um novo lastro
Pra nascer em outros ventres 

É típica brasileira
A folha da pitanga
O cheio forte que exala
Seduz e incendeia
Nativa da mata atlântica
A formosa Pitangueira.

Tamires de Lima