Mascar o fumo
Do cigarro
Daquele velho
Da última cela
Aquele que todas
Todas as noites
Surge com surtos
Surge como o céu
Imenso e profundo
Sim, aquele cara
Que matou a esposa
E comeu o seu fígado
E ainda há resquícios
Do sangue
Em seus dentes estragados
Ele sorri como se
Estivesse possuído
Por todos os espíritos
Que vagam o mundo
Almas sombrias
Que arrastam
Que arrasam
Que enfileiram
Os humanos
E os transformam
Em marionetes
Dos seus desejos
Ininterruptos
Vazão de repúdios
Prelúdios estilhaçantes.
Tamires de Lima