quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Poema fugaz


Experiências ilícitas
Sonhos perturbadores
Verdades indignas
Vive numa tortura
Numa ilusão mórbida
Que o arrasta
Para as trevas
Você me inspira
Você é o ar poluído
Mas me faz respirar
Você me atrai e faz com que
Eu pule pela janela
Da sacada e ache graça...
O teu olhar traiçoeiro
Tira-me do sério
Você é o vento frio
Que sopra em plena
Madrugada de inverno
Posso te chamar de nume
De pecado, de insensatez
Que é isso?
Queres que eu seja a da vez?
No seu mundinho
O sujo não é sem escrúpulos
Ele quer mais um gole de sangue
Parece insaciável...
Na luta de querer mais e mais
Tornou-se mais um
Ou será menos um?
Parece ser tão fugaz
Na intensidade dos teus atos
Mergulho e me afogo
Na sua beleza
Eu suspiro e me consolo
Talvez sejas agora
Minha única inspiração.

Tamires de Lima

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A dança




Vens dançar conforme a minha dança
Traz o teu corpo gélido
Que as minhas mãos cálidas
O envolverão em manto misterioso
Vens sentir o gosto
Do veneno intenso
Que escorre pelo corpo

Nos teus olhares
Sinto-me perdida
Sem perceber
Já estou envolvida
Como em um desses meus véus
E enquanto você me sorri
Eu rodopio pelo salão
No embalo do meu coração
Seduzo-te em minha lembrança

Tamires de Lima

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O agora



Não quero pensar no futuro
Quero viver o presente
Quero viver o agora
Não pensem que sou como aurora, pois
Vivo entre vales escuros
Vivo escutando murmúrios
Vivo entre grandes muralhas
Eu sou uma negação
Absolutamente não tenho coração
Não tenho sentimento
Sou como o vento
Que procura levar
O que encontra pela frente
Não sei mesmo cultivar o amor
Não sei dizer nada belo
Vejam minha vida é sem cor
Minha vida é sem cheiro
Minha vida é sem vida
Não tem a beleza da flor.

Tamires de Lima