Menina já não dorme
A caixinha de música
tocou calmamente
Uma melodia de Bach
quebrada
Au revoir Shoshanna
Sou eu de olhos já
abertos
No colchão cheirando à
vitória
Queimando a lâmpada da
luminária
E recriando sombras
expressionistas
No impressionismo francês
Da minha decoração de frases
aleatórias
O juvenil me invadiu e
abocanhou
Cada pequeno pedaço
envelhecido
Do meu templo que entrava
e saía formigas
Acredite, velho de terno
azul
Antes mesmo de eu
despertar
Essa derme do meu olho já
não dormia
Pois uma felicidade
inteira e absoluta me invadia
E eu gosto menino, eu
gosto
De saltar como ovelhas de
lã macia
Eu gosto de possuir
coisas novas e fechadas
É um deleite quando provo esse cálice
De alegria
Tamires de Lima