sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Um novo ato



Quando então o show acaba,
As velas se apagam,
O choro entra e converte tudo em lágrimas

Coração pulando pela boca
Sentimento amargo que invade alma
Arrependimento por algo certo
Convexo, complexo
Errado

Fale-me sobre sua vida
Conte-me seu passado
Noites em claro, jogado ao lado
Peito aberto, apunhalado
Visões estremecidas
Olhos baixos
Frio que faz morder os lábios
E congelar o coração
Ele pulsa, repulsa e cala

Saia de mim
Pule para fora do meu eu

Um verde sorriso
Um olhar tracejado
Molhado, regado com água dos mares
Os vales não são os mesmos
Todo seu regalo foi jogado ao vento
Num piscar de olhos

Universo falso, tremendo
Tremendo como os meus lábios

Esvaece agora todo o castelo em chamas
O recomeço brada o meu nome
Incessantemente

Adeus tão nobre oblíquo
Terra à vista me espera

Ponho minha âncora enfim
Saio do mergulho intenso
E piso os meus pés em terra firme
As luzes se acendem para um novo ato.

Tamires de Lima

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